Você já deve ter feito alguma apuração pelo WhatsApp e tem boa parte do seu catálogo de fontes provavelmente salvo em algum lugar na nuvem. Talvez até já tenha recebido algum documento sigiloso por email.

Os meios digitais são, de fato, imprescindíveis para a prática diária do jornalismo -ainda mais com a agilidade que é exigida dos profissionais.

O problema é que isso traz consigo uma série de ameaças com as quais os repórteres nunca tiveram que lidar. Ainda mais enquanto aparecem pelo Brasil casos de censura e de ameaças à liberdade de imprensa, ao sigilo de fontes e ao direito à privacidade do próprio jornalista.

Um relatório de 2016, encabeçado pela EFF (Electronic Frontier Foundation), afirma que há aqui uma "cultura da interceptação" e nota um crescimento no monitoramento de endereços eletrônicos no país.

O que é o Privacidade para Jornalistas?

O Privacidade para Jornalistas vem justamente para auxiliar jornalistas do Brasil a se defender de uma série de perigos digitais, entre eles vigilância e hacking.

A ideia começou a partir do Privacy For Journalists, da CryptoAustralia, que são parceiros neste projeto.

O site conta com uma página que busca mapear alguns dos cenários de ameaças que repórteres podem enfrentar no dia a dia, além de guias para se proteger. Entre eles:

Quer dizer que vou ter que viver numa paranoia constante?

Não! O importante aqui é analisar a necessidade caso a caso. Ninguém precisa usar criptografia toda vez que for mandar um email, mas ela pode ser útil de vez em quando.

Cada situação é diferente, mas é fundamental saber que as ameaças existem e que há maneiras de se proteger delas para, principalmente, preservar o sigilo das fontes. Histórias como a do Panamá Papers provavelmente não seriam possíveis sem boas práticas de segurança digital.

No começo, é normal se ver perdido no meio de um monte de palavras estranhas, como metadados e backdoor, mas é tudo bem mais simples do que pode parecer. Além disso, o Privacidade para Jornalistas pode ajudar a simplificar esse processo, portanto sinta-se à vontade para entrar em contato se precisar de algo.

Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

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